A gestão da saúde pública em São João Nepomuceno é o tema da quinta entrevista da série “Por dentro da Prefeitura”. Para cuidar das demandas da sociedade nessa área, o prefeito Ernandes da Silva, convidou o médico e especialista em gestão, Dr. Renato de Souza Gomes.
Dr. Renato é um cardiologista muito conhecido em São João Nepomuceno. Vive na cidade há 40 anos. Foi vereador, atende em consultório, atende na Policlínica e é diretor-presidente da Unimed SJN, além de outras funções. A partir de 2017, vai dar expediente como o Secretário de Saúde do município.
Desafios
Atualmente, a rede pública municipal composta por Policlínica (especialidades) UBS’s (atendimento básico) e PSF’s (Saúde da Família) não dá conta de atender todas as demandas dos cidadãos. O resultado é uma sobrecarga de trabalho no Pronto Socorro Municipal, que deveria ser somente para casos de urgência e emergência.
Por conta da política de não retornar pacientes, o PAM atende todo mundo. Só que demora e, muitas vezes, sobrecarrega a equipe.
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Para agravar, essa equipe de médicos, funcionários e acadêmicos, que já está sobrecarregada, tem enfrentado constantes atrasos de pagamentos.
Com vencimentos não pagos há mais de 3 meses, em 2017, houve ameaças de greve e princípio de paralisação do Hospital e do PAM.

O Hospital São João é uma entidade filantrópica independente. As decisões são tomadas pelo provedor eleito (gestor técnico) e pelo diretor médico. A Prefeitura não participa da gestão. Mas contribui com mais 1/3 do orçamento mensal por meio de convênio e empenha alguns funcionários. A Prefeitura é responsável também por realizar os repasses de recursos do Estado e da União.
Fontes de receita do Hospital São João:
FONTE DE RECEITA | VALOR DO REPASSE MENSAL |
Convênio rede SUS (Governo Federal) | R$ 139.000,00 |
Rede de Urgência e Emergência do Estado (MG) | R$ 100.000,00 |
Convênio Prefeitura de São João Nepomuceno | R$ 135.000,00 |
Convênio Prefeitura de Goianá | R$ 3.000,00 (PAM) |
Na prática, se o Hospital e o PAM diminuirem ou paralisarem os atendimentos por atraso de salários ou sobrecarga de trabalho, a população de São João (e da microrregião) fica descoberta. Porque o sistema municipal de saúde (Policlínica, UBS’s, PSF’s e Ceasm) não dá conta.
“A secretaria de saúde precisa interagir com a gestão do Hospital e do Pronto Socorro. Nada contra o atual provedor, mas precisamos de um gestor mais alinhado com a atual administração”, afirmou Dr. Renato.
Na entrevista em vídeo, o secretário fala também sobre planos de contratar mais especialistas para a Policlínica; contratar médicos para trabalhar no turno da tarde (após 16h) nas UBS; melhorar a distribuição de remédios; melhorar o serviço de raio-x na Policlínica; concluir as obras dos PSF/s e UBS’s.
Dependentes químicos
Em relação ao problema de dependentes químicos em São João, Dr. Renato comentou que “a melhor prevenção contra a dependência química é a geração de empregos na cidade”. Para quem é dependente químico ou tem casos na família, o secretário afirmou que podem buscar ajuda na Secretaria de Saúde.
Entrevista e edição: Diego Camilo